Anuncios Shopping UOL
Ricardo Haag

Seguidores

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Aula 17 - O Homem depois da Queda e o início da Civilização

5.1 Como ficou o homem depois da queda?

a) O homem separado de Deus pelo pecado; Deus quer restaurar o homem.

• Vimos que o homem morreu espiritualmente, separou-se de Deus. Também vimos que morte não é extinção, não é parar de existir, morte é separação. Desde que você nasceu, nunca mais você vai parar de existir, de ter consciência de que você é você e de saber onde você está. Com a entrada do pecado o homem morreu espiritualmente e a morte física entrou na raça humana; a morte física não significa que tudo se acaba. O corpo é enterrado, mas a alma (o ego, a mente, a vontade, a emoção, a manifestação da pessoa), junto com o espírito, saem do corpo, separam-se do corpo, vão para algum lugar e permanecem ali conscientes.

• Quando um homem morre fisicamente, sua alma e seu espírito ficam ausentes do corpo físico, mas há um corpo espiritual, um corpo imaterial e consciente.
 Lucas 16:19~31; o homem após a morte, plenamente consciente.
Esta é a descrição das pessoas que morriam antes de Jesus Cristo morrer e ressuscitar; é o próprio Jesus contando, somente Ele poderia contar isso. Notem o V.31: para voltar, um morto tem que ressuscitar, invalidando assim o contato de homens com "espíritos" de antepassados.

• O homem, que era espiritual, era guiado por Deus. Com a entrada do pecado, tornou-se o que a Bíblia define de homem natural, ou seja, o homem comandado por sua alma. A alma em trevas, guiando o homem, significa morte em seus pensamentos. O homem com raciocínio morto, sem o comando do espírito, a Bíblia diz que seus pensamentos são maus.
 Gênesis 6:5; pensamentos maus continuamente.
 Salmos 94:11; os pensamentos do homem são vaidade (vãos).
 Isaías 59:7; pensamentos de iniqüidade.
• Também a emoção do homem foi contaminada com o pecado. O homem chegou e chega ao ponto de odiar a Deus que o criou e que sustenta todas as coisas todos os dias.
 Hebreus 1:3; Jesus sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder.
Porém, o homem usa suas emoções para odiar a Deus, para deixar Deus fora de sua vida. O homem ama o que Deus odeia e odeia o que Deus ama. Sabemos disso, pois quando chegamos a Jesus, temos uma nova vida, passamos a amar coisas que detestávamos, que achávamos chatas, e passamos a detestar certos hábitos ou coisas que fazíamos naturalmente; há uma transformação.
 Romanos 1:18~32; o homem entregou-se a corrupção, e desprezou a Deus.

• Tudo isso é determinado pela vontade livre do homem, vontade essa que agora age nele, ao contrário da vontade de Deus, em oposição à vontade de Deus. Deus diz em sua Palavra que sua vontade é assim, e o homem segue o contrário. É só olharmos para o mundo e compararmos com a Palavra de Deus.

• No espírito, a intuição ficou totalmente inoperante, ficou morta. O homem não reconhece mais a voz de Deus, não reconhece mais a Palavra de Deus, a consciência não conhece mais com Deus. A adoração é usada para adorar a criatura, ao invés do Criador; Romanos 1:25. O homem adora homem, adora coisas, animais, repteis, aves, imagens, pedaços de paus, pedaços de pedra, pedaços de metal, adora os astros.

• A consciência do homem está cauterizada, está fraca, corrompida, não pode resolver o problema do pecado sozinha. O homem tem um tempo determinado para resolver isso, é entre o seu nascimento e a sua morte física. Esse é o período que o homem tem para resolver o problema do pecado em sua vida.

• A atitude básica do pecado é não reconhecer a necessidade de Deus, é fazer Deus desnecessário em nossa vida, pois o entendimento do homem está cauterizado pelo pecado. A maldição que o pecado trouxe, dominou a terra e domina o homem.

• Mas Jesus, Deus Pai e o Espírito Santo, haviam feito uma aliança, a "Aliança Eterna", antes da fundação do mundo. Esta aliança, é exatamente o plano de Deus para salvar o homem. Deus sabia que o homem ia cair, porém os planos de Deus não poderiam ser frustados. Romanos 11:29

• Adão, o filho de Deus, traiu o Seu Criador, estragou, manchou o plano de Deus para a raça humana e para a terra. Mas Deus enviou outro Filho, Jesus Cristo homem, para começar tudo de novo. O Filho de Deus tornou-se homem, encarnou-se, tomou carne sobre si; o próprio Deus tornou-se homem, para vir à terra e começar tudo de novo. E para isso, Jesus teve que desfazer coisa por coisa; foi isso o que Jesus fez.
 Romanos 5:6~21; por Adão entrou o pecado e a morte, mas por Jesus a justificação e a vida.

• Deus quer, e agora Ele pode, salvar o homem; antes não podia, porque o pecado faz separação entre Deus e o homem. Nem Deus podia vir até o homem, pois não pode estar onde há pecado, e nem o homem podia ir até Deus, pois tinha pecado. Havia como que uma parede entre o homem e Deus, uma parede chamada pecado. O pecado separou Deus do homem, no espírito, pois o espírito morreu. Mas, através de Jesus, podemos novamente nos reconciliarmos com Deus. Jesus, o último Adão, é espírito vivificante.
 I Coríntios 15:45

• A vontade de Deus, é salvar o homem; Deus quer nos dar a vida de volta, só Ele pode fazer isso.
 Salmo 68:20; com o Senhor está o livramento da morte.
 João 11:25~26; quem crê em Jesus, ainda que morra fisicamente, viverá.
• Deus quer restaurar o homem! O amor de Deus pelo homem, é profundo demais. Mas Deus não pode, por causa da sua Santidade, descer ao nível do homem, que está no pecado, e conviver com ele. Deus é completamente Santo e se descesse ao nível do homem com pecado, o homem não resistiria e seria destruído.
 Êxodos 33:18~23; homem nenhum pode ver a face de Deus e viver.
• Deus então, estabeleceu um plano para levar o homem até Ele. Deus tinha estabelecido uma lei e uma penalidade: a alma que pecar, essa morrerá; Ezequiel 18:4 e 20~21.
O homem separado de Deus, está destinado a morrer três mortes:
1a) O homem nasce neste planeta, separado de Deus; morte espiritual.
O homem já nasce pecador, não se torna pecador após o primeiro pecado.
2a) Vive alguns anos e o corpo morre; é a morte física.
3a) Senão resolver o problema do pecado, até ocorrer a morte física, sofre a morte eterna; viverá eternamente separado de Deus.

• Jesus veio tomar o lugar do homem; Jesus morreu as três mortes no lugar do homem. Jesus, nasceu de uma virgem, nasceu da semente da mulher, portanto não herdou a semente pecaminosa que sobreveio de Adão. Jesus já existia desde os tempos eternos, mas veio cumprir a Aliança que Ele tinha com o Pai e com o Espírito Santo; veio fazer a redenção do homem. Nasceu na raça humana, caso contrário não poderia fazer nada; como vimos, para intervir neste planeta tem que ser homem. Jesus nasceu como toda criança nasce, cresceu, mas teve uma diferença, não pecou em toda vida, Jesus nunca teve pecado. Deus estava começando uma nova raça, como no começo com Adão. Como Jesus não pecou, a morte física não poderia ter entrado nele. Jesus deu a sua vida, João 10:17~18, Jesus se deixou crucificar e morreu as três mortes no lugar do homem:

1a) Quando Jesus subiu na cruz, Deus colocou nele o pecado do mundo inteiro, Deus o fez pecado. Os meus pecados, os pecados de todos os homens, os de Adão e Eva, todos foram colocados sobre Jesus;
 II Coríntios 5:21; Deus o fez pecado.
 I João 3:5; nele não há pecado.
 I Pedro 2:22; ele não cometeu pecado.
 Hebreus 4:15; em tudo foi tentado, mas não pecou.
Na cruz, Jesus era como que uma "bandeja de pecado", carregando o pecado do mundo inteiro. E como Deus não pode estar onde há pecado, então, pela única vez em toda a eternidade, Deus Pai e Deus Espírito Santo, se separaram de Deus Filho. No momento dessa separação, Jesus estava morrendo a morte espiritual, estava sendo cortado de Deus Pai e de Deus Espírito Santo. A Tri-Unidade, por amor ao homem, se separou; não podemos avaliar essa separação.
 Mateus 27:46~50; Jesus morrendo a morte espiritual

2a) Jesus não devia nada, Ele estava ali como nosso substituto. Deus estava colocando em Jesus a dívida da raça humana. Então Jesus sofre a morte física, devido ao pecado da raça humana, cumpriu-se o morrendo morrerás: Jesus morrendo espiritualmente,morreu fisicamente.

3a) E com a morte física, para onde foi seu espírito e sua alma? Desceu ao Hades, e lá estava sofrendo a 3ª morte, a morte eterna.
 Efésios 4:8~10; desceu às partes mais baixas da terra.
 Romanos 10:6~7; fazer subir a Cristo dentre os mortos.

• Mas após três dias e três noites, Jesus ressuscita; foi como que a terra o "vomitou", no grego tem esse significado. No V.T., temos a figura do profeta Jonas que foi "vomitado" do ventre do peixe; esse foi o sinal dado aos fariseus, quando estes pediram um sinal a Jesus. E Jesus é ressuscitado por Deus em corpo glorioso. No momento que você crê nisso, na solução do pecado para o homem, nada mais separa você de Deus. Nesse momento Deus coloca em você um novo espírito e pode então, se relacionar novamente com você. Esse novo espírito passa a ser habitado pelo Espírito Santo.

• No momento em que você creu, Deus viu você na cruz; Ele faz uma substituição. Mas Jesus é o substituto, o homem não pode fazer nada para redimir-se, não há nada de bem dentro do homem.

• Jesus vestiu nossas veste, vestiu nossos trapos, nossas folhas de figueiras; a justiça que chamamos de justiça.

 Isaías 64:6; nossas justiças são como trapos de imundícies.

• Na cruz, Jesus vestiu nossas vestes de imundícies para nos dar suas vestes real. Ele trocou a roupa conosco, Ele trocou de lugar conosco, Ele pôs nossas roupas e oferece as suas; isso é aliança. Ele é o autor da nossa salvação.
 II Coríntios 5:17; em Cristo (dentro de Cristo), somos nova criação.
As coisas antigas já passaram, você está agora na nova raça, na raça que é vencedora e cujo cabeça, que é Jesus, venceu; o 1º perdeu tudo, o 2º venceu. Quando você aceita a Jesus Cristo em sua vida, o substituto, você troca de raça, sai da raça adâmica e passa para a nova raça e forma com Jesus o Corpo de Cristo. Jesus então, nos coloca novamente na terra, para proclamarmos as virtudes daquele que nos chamou e nos salvou.

• Em Gênesis 3:15, a 1ª profecia da vinda daquele que pisaria a cabeça da serpente, Deus começa a nos revelar no tempo e no espaço, a Aliança Eterna. Lá Deus estava dando ao homem novamente, algo para crer. O homem havia falhado por causa da incredulidade, e Deus estava agora dando um fato novo para o homem crer. Naquela promessa, o homem podia ter certeza de que não era o fim e que mais adiante, tudo iria voltar a ser como antes, e melhor ainda pois seria eterno. Tudo que o homem teria que fazer agora era crer. Pela falta de fé, pela incredulidade, o pecado entrou na raça humana. Então, para reverter a situação, o homem teria que exercer fé novamente, era a segunda oportunidade (a misericórdia) que Deus estava dando ao homem; seria algo para crer novamente.

b) A vestimenta de Deus para o homem, peles de animais.
• Gênesis 3:21
Deus vestiu o homem e sua mulher; sabem porque Deus pôde fazer isso? Porque o homem reconheceu que estava nu. Eles estavam com cintos de folhas de figueira, mas quando estavam diante de Deus naquele jardim, viram que estavam nus; declararam e depois confessaram o que fizeram, eles disseram "eu comi". Então, Deus vem e os vestem com peles de animais. Deus estava ignorando aquelas roupas feitas por eles, feitas pelas mãos deles, e estava estabelecendo um "padrão" de vestimenta.
• Para alguém ser vestido com peles de animais, o que acontece com o animal? O animal tem que morrer. O que eles aprenderam, é que para estarem vestidos diante de Deus, alguém precisou morrer, alguém que nada tinha a ver com o pecado deles, mas foram mortos para que eles pudessem estar vestidos diante de Deus. Então Deus os vestiu.
• Deus aqui, começa a apontar para Jesus Cristo, o cordeiro que tira o pecado do mundo. Eles foram vestido porque aceitaram e se colocaram na posição de serem vestidos. Isso ocorreu quando reconheceram sua nudez e quando confessaram, eu comi. Deus então vem, e de uma forma muito íntima, muito carinhosa, traz a roupa e os veste; nada foi forçado. É assim que Deus faz conosco, quando nos colocamos na posição e deixamos que Ele nos vista. Nossas obras não valem nada para estarmos cobertos diante de Deus.

• Se não aceitarmos as vestes de justiças que o Senhor Jesus conseguiu na cruz, ao trocar de roupa conosco, nós estaremos nus diante de Deus, e ninguém pode ficar na presença de Deus estando nu. Tem que estar vestido com o padrão Dele, vestes que Ele olha e diz: "você realmente está vestido".
• Vimos em Isaías 64:6 que nossas justiças, nossas vestimentas, são como trapos de imundícies. Tudo que o homem faz e chama de justiça, tudo que faz tentando se aproximar de Deus, para ser aceito por Ele, Deus olha e não vê roupa nenhuma, vê somente trapos de imundícia. Deus mostra na Bíblia figuras duras, porém é por amor e misericórdia, porque somente assim o homem enxerga a sua necessidade.
 Gálatas 3:27; esta é a roupa que Deus nos dá.
• Deus usa muito a figura de roupa (e nudez) na Bíblia, para falar de salvação. Por isso que aquele casal, quando Deus começou a apontar para Jesus, teve que ser vestido com peles de animais. A Bíblia não diz, mas com certeza aqueles animais eram cordeiros, porque Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, aleluia.
 João 1:29
• Na justiça de Deus, havia lugar para o substituto, porque não há em nós nada que possamos fazer para nos recompormos com Deus, para recebermos de volta a vida de Deus. Não há neste planeta moeda nenhuma que possa comprar a nossa salvação, não há sacrifício. Não há nada que o homem possa fazer e Deus considere que sua justiça ficou satisfeita, pois a penalidade para o pecado é morrer. Mesmo que déssemos a nossa vida, como ela tem pecado, não entraria no céu. Mas a vida de Jesus, sendo homem completo e nunca pecou, pôde entrar no céu e ser dado como justiça no lugar do pecador. É isso que Deus começou a mostrar, o seu plano de salvação.
c) O homem fora do Jardim do Éden.
• Estamos encerrando aqui o 1º período, chamado de inocência. Esse período conta a criação do homem, a sua queda e o que aconteceu após a queda; mostra como o homem ficou após o pecado. Estamos entrando agora no 2º período, chamado de consciência.
• Quando Deus começou a mostrar o Seu plano de salvação para o homem, foi outro susto para Satanás. Quando Satanás começou a ver que Deus tinha um plano, que ele não conhecia, começou então a observar e a oferecer outro plano para o homem, afim de desviá-lo do plano de Deus. Em seu plano, Satanás não muda a tática, fala de Deus, diz que lê a Bíblia também, mas mistura mentiras para enganar o homem.
• Gênesis 3:22~24
E para fazer a vitória bem segura, Deus fechou, vedou ao homem o caminho da árvore de vida, pois seria bem possível de acontecer que Satanás convencesse o homem a comer agora da árvore da vida. E o que iria acontecer, se o homem comesse da árvore da vida? O estado pecaminoso que o homem se encontrava, teria se perpetuado.
• Aquele casal estava salvo. Quando eles aceitaram as vestes, aceitaram pela fé a provisão dada por Deus. Adão e Eva são salvos, como nós também somos. Então nós, agora sendo salvos porém ainda pecadores, quereríamos que Deus permitisse que comêssemos da árvore da vida e que se perpetuasse este nosso estado? Salvos, mas com esta natureza pecaminosa, para sempre! De maneira nenhuma, nós não quereríamos. Mas Satanás poderia tentar nos levar a isso.
• Mas Deus quer nos resgatar por inteiro. Somos salvos, Satanás não pode nos roubar a salvação, mas Deus quer que nos santifiquemos na alma. Após a salvação, após a justificação em nosso espírito, nossa alma entra num processo de cura, num processo de mudança dos padrões do mundo para os padrões da Palavra de Deus. Esse é o processo de santificação em nossa alma, é a salvação da alma do poder do pecado. E o nosso corpo, aguarda a redenção que será dada no arrebatamento. A principal meta de Deus para nós é o retorno àquela semelhança, àquela imagem perdida lá no começo. E nós temos toda possibilidade hoje, pois temos o Espírito Santo dentro de nós para realizar isso.
• Então, para que não houvesse perigo de que Satanás induzisse o homem a ficar eternamente naquele estado pecaminoso, Deus pôs querubins para guardar o caminho da árvore da vida.
• Comparando Gênesis 3:5 com Gênesis 3:22, vemos que Satanás não disse uma "mentira completa", mas é sempre mentira. O homem se tornou conhecedor do bem e do mal, porém pela porta errada. Deus conhece o mal? Pelo texto que lemos, vemos que Deus conhece o mal e nos alerta do mal. Deus conhece o mal, mas já experimentou o mal? Aí está o erro do homem. O homem entrou para esse conhecimento pela experiência do mal, ele provou nele o mal. Deus conhece o mal, mas jamais experimentou o mal. Deus, desde o início, já estava mostrando o mal ao homem, quando falou assim: "guarda o jardim".
• Então o homem se tornou conhecedor do bem e do mal, porém pela porta triste da experiência. Satanás não contou ao homem que, caso conhecesse o mal pela porta da experiência, a sua natureza seria somente propensa para o mal, isso ele não contou. Quando isso ocorreu, o homem se tornou escravo do pecado e de Satanás.
• A partir dessa época, Deus estará lidando com uma raça pecadora, conforme a semelhança de Adão, porque todos vieram de Adão. O homem não comete o 1º pecado e se torna pecador; ele comete o 1º pecado e continua pecando, porque ele já nasce pecador. Deus quer que mudemos de raça e para que isso aconteça, temos que crer no meio que Ele oferece para cada período.

Numeros - Doze Tribos

Tribos de Israel

Tribo de Israel (do hebraico שבטי ישראל) é o nome dado às unidades tribais patriarcais do Antigo Povo de Israel e que de acordo com a tradição judaico-cristã teriam se originado dos doze filhos de Yaacov (Jacó), neto de Abraham (Abraão).

As doze tribos teriam o nome de dez dos filhos de Jacó. As outras duas tribos restantes receberam os nomes dos filhos de Yossef (José) , abençoados por Yaacov como seus próprios filhos. Os nomes das tribos são: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Zebulom, Issacar, Dã, Gade, Aser, Naftali, Benjamim, Manassés e Efraim. Apesar desta suposta irmandade as tribos não teriam sido sempre aliadas, o que ficaria manifesto na cisão do reino após a morte do rei Salomão. Com a extinção do Reino de Israel ao norte, dez das tribos desapareceriam e a determinação do seu destino até hoje é objeto de debate. As outras tribos restantes (Judá, Benjamin e Levi constituiriam o que hoje chama-se de judeus e serviria de base para sua divisão comunitária (Yisrael, Levi e Cohen).

Índice
1 Origem das tribos
1.1 Hipóteses históricas
2 As tribos como unidades geográficas
3 Período monárquico - União política
4 Israel dividida
5 O destino das Tribos de Israel
5.1 As tribos perdidas
5.2 A tribo remanescente: Judá e os judeus

Origem das tribos

Mapa de 1759 com a divisão clássica das doze tribos de Israel lO livro de Gênesis conta da descendência do patriarca Jacó, mais tarde batizado por Deus como Israel, e de suas duas mulheres e duas concubinas. Jacó teve ao todo 12 filhos, cujos nomes estão acima citados. Neste momento da narrativa, o cronista bíblico concentra-se no relato da história de José, de como ele foi separado de seus irmãos, como obteve importância política no Egito, e de como voltou a reunir sua família. A narração conta também que os 12 filhos de Jacó e suas famílias e criados obtiveram permissão para habitar a fértil região oriental do Delta do Nilo, onde teriam se multiplicado grandemente. Cada uma das 12 famílias teria mantido uma individualidade cultural, de forma que se identificassem entre si como tribos separadas. A narrativa ainda destaca que José teve 2 filhos, Manassés e Efraim, e seus descendentes seriam elevados ao status de tribos independentes, embora fossem sempre referidos como meio-tribos (encerrando um número fixo de 12 tribos). Ao final de Gênesis, Jacó, em sua velhice, abençoa a cada um de seus filhos, prenunciando o destino que aguardavam os seus descendentes no futuro.




Em Êxodo, a Bíblia conta como Moisés, membro da tribo de Levi, e seu irmão Arão, lideraram os hebreus das 12 tribos em sua fuga do Egito. Durante a narrativa, as tribos são contadas, e seus líderes e representantes são nomeados, demonstrando um forte senso de individualidade entre as tribos e as meio-tribos de José. À tribo de Levi são designadas as tarefas sacerdotais e os direitos e deveres diferenciados que estas tarefas implicavam. As demais mantiveram-se com os mesmos direitos e obrigações, embora, através do número de membros, algumas tribos já pudessem gozar de alguma superioridade política.

Hipóteses históricas
Para judeus e cristãos, não há dúvidas da veracidade do relato bíblico, e há pouco o que se discutir sobre a origem das Tribos de Israel fora do contexto bíblico.

No entanto, arqueólogos, historiadores e estudiosos da Bíblia argumentam sobre a origem das tribos.

Há teorias que sugerem que apenas algumas das tribos teriam realmente saído do Egito, e se fixado por alguns anos no entorno de Canaã, onde teriam encontrado outras tribos de origem hebraica autóctones da região. Sua afinidade lingüística e racial, em contraste com as diferenças encontradas nos vizinhos cananeus teria encorajado as tribos a agirem em regime de coexistência, e em algumas vezes, de cooperação, o que teria favorecido a conquista de Canaã (uma miríade de cidades-estado e pequenos reinos independentes) pelos hebreus. Neste caso, as tribos do Êxodo teriam sido aquelas de maior destaque na narrativa bíblica, ou seja, Judá, Levi, Simeão, Benjamim, e as meio-tribos de Efraim e Manassés, o que enfraqueceria toda a base histórica da narrativa do Êxodo. Já os arqueólogos notam que não há vestígios concretos da passagem de um povo, estimado em mais de 600000 pessoas, por 40 anos pelo deserto entre o Egito e a Palestina. Assim, a narrativa de Gênesis e Êxodo não tem uma base histórica, embora alguns pontos pudessem ter sido moldados para justificar com raízes familiares a união das 12 tribos.

As tribos como unidades geográficas

Moisés liderou as 12 tribos pelo deserto da Península do Sinai, e seu sucessor Josué tomou para si a tarefa de coordenar a tomada de Canaã. Para que ocorresse de forma ordenada, a terra de Canaã foi dividida entre cada uma das tribos e meias-tribos, que se encarregaram de conquistá-las, na maior parte dos casos sem o auxílio das demais. Uma das tribos, a de Levi, não recebeu uma porção territorial fixa, mas sim algumas cidades distribuídas por toda a Palestina.



O território de algumas das tribos, como Simeão e Aser, correspondiam a áreas mais tarde dominadas por filisteus e fenícios, respectivamente. Após a narrativa da conquista de Canaã, os relatos acerca destas tribos se tornam confusos, e as suas referências geográficas são praticamente inexistentes, ou inconsistentes, dando a entender que essas tribos deixaram de existir geograficamente, e seu povo foi absorvido ou por povos estrangeiros, ou por outras tribos israelitas, ou por ambos, embora ainda fossem contados como parte das 12 tribos.

A tribos de Dã é outro exemplo de mudança ao longo da Bíblia. Inicialmente, Dã é posicionada na metade sul da Palestina, em um pequeno território posteriormente conquistado pelos filisteus. Mas ao contrário de Simeão e Aser, o território de Dã continuou existindo, mas muito mais ao norte, ao redor da cidade de mesmo nome. Algumas interpretações colocam que Dã havia sido alocada desde o princípio em dois territórios disjuntos.

A meia-tribo de Manassés ocupou um vasto território nos dois lados do Rio Jordão, do Mar Mediterrâneo até a Síria, próximo a Damasco. Efraim foi posicionada na região central, incluindo as importantes cidades de Siló, Gilgal e Betel, cuja importância remete às histórias dos Patriarcas. Benjamim recebeu um territótio pequeno ao sul de Efraim, porém incluindo cidades importantes, como Gibeá, Jericó e Jerusalém. Judá posicionou-se num vasto território montanhoso e fértil ao sul, entre o Mar Morto e o Mediterrâneo, tendo Hebrom e Belém como cidades mais importantes. As demais tribos receberam territórios pequenos, ou com pequena importância na narrativa bíblica subseqüente.

Período monárquico - União política
As tribos mantiveram certa estabilidade, independência e equilíbrio político durante o Período dos Juízes, visto que são relatados feitos notáveis de herdeiros da maior parte das tribos, sem particular destaque a nenhuma delas. Mas no final do século XI a.C., com o início do período monárquico e a coroação de Saul, as tribos se uniram pela primeira vez sob um único líder.

Entretanto, apesar da identidade racial, lingüística e religiosa, e das histórias que as uniam desde a sua criação, aparentemente havia uma certa cisão entre a tribo de Judá e as demais, visto que o profeta Samuel refere-se algumas vezes a Israel e Judá como entidades independentes unidas apenas por um contexto histórico. O rei Saul pertencia à tribo de Benjamim, e adquiriu inicialmente a simpatia de todas as tribos, mas um movimento em Judá, liderado por Davi e apoiado pelos filisteus, terminou por vencer Saul. Davi foi coroado em Hebrom rei de Judá, enquanto o restante de Israel deveu lealdade ao filho de Saul, Isbosete. Houve uma guerra civil, com vitória de Davi. Ao poupar a Casa de Saul, Davi ganhou popularidade, e após vários feitos militares contra povos estrangeiros, viu as 12 tribos se unirem firmemente sob seu cetro. Seu filho, Salomão, manteve sua autoridade sobre toda a ISRAEL até sua morte.

Apesar desta união política, a própria narrativa deste período faz transparecer as profundas diferenças políticas e mesmo culturais entre Judá (e ao final do reinado de Salomão, também de Benjamim, já que os reis de Judá reinaram em Jerusalém, cidade benjaminita) e as demais tribos. Uma diferença marcante na carga de impostos aplicados a Judá e às outras tribos, favorecendo a primeira, principalmente numa época de constante expansão territorial e grandes obras, foi o estopim para a desunião que se seguiu.

Israel dividida
Com a morte de Salomão, uma facção liderada por Jeroboão viu nesta uma oportunidade para resgatar Israel do poderio de Judá. A aclamação de Jeroboão significou a divisão indissolúvel entre Judá (e Benjamim) e as demais 10 tribos, uma vez que o filho de Salomão, Roboão, foi confirmado rei em Jerusalém. Formou-se assim os reinos de Judá, ao sul, com sede em Jerusalém, e Israel, ao norte, com capital em Samaria.

Neste período, as tribos de Judá e Benjamim aparecem quase inteiramente fundidas entre si (ou seja, as referências a Benjamim desaparecem, embora seu território e suas cidades estivessem no coração do território de Judá), e o mesmo acontece com as outras 10 tribos do norte. Dentre as tribos do norte, ainda se observa traços de individualidade na meia-tribo de Manassés, mas de maneira geral não há mais distinção física ou cultural entre elas. A partir deste momento, as 12 Tribos de Israel passaram a ser uma alegoria, referindo-se ao seu estágio original de união em nome de Deus, representando o ideal do povo hebreu, especialmente no Novo Testamento, e não mais entidades políticas diversas.

De qualquer modo é possível que o sistema de tribos tenha permanecido, mesmo que apenas ao nível familiar devido à tradição de traçar genealogias, remetendo indivíduos aos filhos de Jacó. O reino teve início com Roboão, que era filho de Salomão e durou o periodo de 209 anos.Ele foi dividido por volta de 931 A.C e permaneceu assim ate o ano de 722 A.C. Neste reino dividido temos:o REINO NORTE também chamado de ISRAEL que foi formado pelas 10 tribos: Rúben, Issacar, Zebulom,Dã,nafitali, Gade, Aser, Efraim, Manasses, Simeão. Essas são as 10 tribos do reino Norte.

O destino das Tribos de Israel
Um dos elementos que mais intrigam os estudiosos é o destino das Tribos de Israel, sobretudo as 10 tribos do norte, cuja referência cessa completamente após as invasões da Assíria

As tribos perdidas
As conquistas assírias no século VIII a.C. abriram caminho para a conquista do reino do norte de Israel. A queda de Samaria significou o fim do estado Israelita. Seu povo, ou aqueles que sobreviveram, foram deportados para a Assíria e redistribuídos por todo seu território. Neste momento, as 10 tribos do norte desapareceram por completo do relato bíblico. O mais provável é que qualquer traço de união tribal tenha desfalecido com a fragmentação das comunidades israelitas, e que os hebreus que sobreviveram ao processo tenham se unido a estrangeiros e abandonado suas tradições.

A tribo remanescente: Judá e os judeus
Apesar da queda de Jerusalém, menos de 2 séculos depois, os descendentes de Judá, ao serem levados ao exílio no reino da Babilônia, mantiveram fortes laços culturais entre si. É possível que tivessem mantido esta união graças às profecias do profeta Jeremias, que previu que o exílio duraria 70 anos, e que o povo seria libertado e mandado de volta a Jerusalém ao final deste período; a fé conjunta na realização da profecia teria mantido a tradição da tribo de Judá intacta, se não fortalecida. É no período de exílio que surge pela primeira vez de maneira consistente o termo judeu, se referindo a todos os membros da tribo de Judá.

Passado o tempo previsto por Jeremias, Ciro, o Grande, conquistou a Babilônia, e enviou os judeus de volta à Palestina, designando para eles a província de Yehud, de maneira geral, o mesmo território do antigo reino de Judá. Os judeus ali habitaram até o século II da Era Cristã. Sua religião passou a se chamar "judaísmo", a prática religiosa de Judá (distinta havia muito das práticas religiosas mais populares no Reino de Israel).

Entre o fim do exílio babilônico e a diáspora, os judeus nutriram um forte senso de união e resistência a dominação estrangeira, tão forte que, mesmo após sua expulsão definitiva da Palestina pelos romanos, os judeus mantiveram laços entre as distantes comunidades formadas por toda Ásia, norte da África e Europa, verdadeiras redes através das quais sobreviveram suas tradições. Durante este período, o termo "judeu" significando um seguidor da religião judaica suplantou o significado tribal do termo, e muitos estrangeiros de origem não semítica se declaravam judeus. De toda forma, através dos judeus e do judaísmo, a tradição da tribo de Judá sobreviveu até os dias de hoje.