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Ricardo Haag

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quarta-feira, 3 de março de 2010

União Divina - Levidico 18


O casamento de Deus com Israel

Uma terceira lei cerimonial relativa a casamento e divórcio foi introduzida na Bíblia por causa do casamento espiritual (que era completamente diferente do casamento da Lei de Deus com a humanidade), em que Deus tomou a antiga Israel como sua esposa. Israel incorporada, como corpo externo, era a representação do reino de Deus na terra durante o período entre Abraão e Jesus. Este casamento foi estabelecido por Deus porque o povo de Israel prenunciava a Israel espiritual de Deus que iria se tornar a eterna noiva de Cristo. Sabemos que este casamento espiritual entre Deus e Israel existiu pela denúncia de Deus contra a fornicação espiritual de Sua esposa, registrada em Jeremias 3:14: “E disse-me o Senhor: Do norte se descobrirá o mal sobre todos os habitantes da terra.”. Ele não estava casado com eles enquanto indivíduos; individualmente eles eram espiritualmente casados com a lei de Deus. Israel era casada com Ele enquanto uma entidade única, incorporada.
Em nenhuma época da história de Israel eles foram fiéis. Repetidamente eles se luxuriavam com outros deuses. O que Deus deveria fazer com Sua fornicadora esposa?
De acordo com a eterna lei de Deus, a morte é necessária para a esposa adúltera, mas Deus não poderia destruir completamente a nação, pois Cristo deveria sair dela. Além disso, a nação de Israel era a semente de onde a Igreja do Novo Testamento floresceria.
O plano de Deus era usar Israel como um exemplo de Sua paciência e misericórdia. Na parábola de Lucas 13, a figueira que repetidamente não frutificava deveria ser cortada, mas recebeu uma oportunidade. Se ela não frutificasse deveria ser cortada. Hoje Israel é uma nação viável entre as nações do mundo. Apenas se ela cessar de dar frutos espirituais será destruída.
Por estas razões e possivelmente outras, Deus escolheu não ter Sua esposa espiritual, a nação de Israel, morta, e já tinha planejado terminar seu casamento espiritual com a nação de Israel. Quando Cristo foi para a cruz, Deus decidiu terminar para sempre o relacionamento espiritual com a nação de Israel.
Para executar esta meta, Deus introduziu outra lei no corpo das leis cerimoniais. Para se divorciar de Israel, Deus deveria introduzir uma lei que permitisse o divórcio. Deus foi o mentor e construtor da lei, e poderia
introduzir qualquer lei que desejasse. Qualquer lei que fosse feita, Deus, em sua perfeita justiça obrigava-se a obedecê-la. Em Sua Palavra no Deuteronômio 24:1-4, Deus colocou uma lei que permitia o divórcio por fornicação:
“Quando um homem tomar uma mulher, e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. Se, pois, saindo da sua casa, for, e se casar com outro homem, e este último homem a aborrecer, e lhe fizer escrito de repúdio, e lho der na sua mão, e a despedir da sua casa; ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer; então seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada; pois é abominação perante o Senhor; assim não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança.”
Esta lei permitia ao marido se divorciar da esposa que fosse encontrada em algum tipo de ato impuro (depois mostraremos que isto está relacionado a fornicação) A inclusão desta lei permitiu que Deus Se divorciasse da nação de Israel. Somos avisados disso em Isaías 50:1:
“Assim diz o Senhor: Onde está o libelo do divórcio de vossa mãe, pelo qual eu a repudiei? Ou quem é o meu credor, a quem eu vos tenha vendido? Eis que por vossas maldades fostes vendidos, e por vossas prevaricações vossa mãe foi repudiada.”
Tal e qual, em Jeremias 3:8, lemos:
“E vi, quando por causa de tudo isto, por ter cometido adultério a rebelde Israel, a despedi, e lhe dei o seu libelo de divórcio, que a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu, mas foi-se e também ela mesma se prostituiu.”
Deus continua a revelar a natureza pecadora da esposa que desposou em Jeremias 3:20:
“Deveras, como a mulher se aparta aleivosamente do seu companheiro, assim aleivosamente te houveste comigo, ó casa de Israel, diz o Senhor.”
Na lei cerimonial Deus introduziu dois preceitos relativos a adultério no casamento. No caso do Deuteronômio 22:22, tanto o homem quanto a mulher que se envolvesse em adultério deveriam ser mortos. No caso do Deuteronômio 24:1?4, apenas o marido poderia se divorciar por fornicação. Nada é dito aqui ou em qualquer outro lugar da Bíblia que sugira a possibilidade da esposa se divorciar de seu marido adúltero.
Por estas leis serem parte das leis cerimoniais, os cidadãos da nação de Israel deveriam obedecê-las. Se um marido encontrasse sua esposa cometendo adultério, deveria apedrejá-la até a morte juntamente com o homem que fosse encontrado com ela. Se houvesse alguma prova óbvia de fornicação, mas a esposa não fosse flagrada no ato de adultério, o marido continuava com o direito de se divorciar.


No Novo Testamento, Jesus faz diversas referências a esta lei para mostrar que ela foi cancelada com Sua vinda e para mostra que Israel tem aplicado esta lei de forma totalmente errada. E ela é ainda hoje erradamente usada pela Igreja como embasamento Bíblico para o divórcio.

O mau uso que Israel faz do Deuteronômio 24

A linguagem do Deuteronômio 24:1-4 era suficientemente obscura para que os homens de Israel utilizassem-no como justificativa para se divorciarem de suas esposas por quaisquer motivos. Quando entendemos por que, entenderemos melhor Mateus 5:32, um versículo que algumas pessoas usam para justificar o divórcio por fornicação.
As palavras-chave do Deuteronômio 24:1 são “coisas inconvenientes”. Por “coisas inconvenientes” encontradas o marido tem a causa Bíblica para o divórcio. Qual foi o pecado?
A palavra hebraica “debar” que é traduzida como “coisas” na frase “coisas inconvenientes”, normalmente significa “palavra” ou “substância”. Com aproximadamente 2400 usos na Bíblia, “debar” é traduzida no mínimo 1000 vezes como “falar” ou “conversar” ou algum similar. Em outros versículos é traduzida como “palavra” (no mínimo 770 vezes). Portanto, “palavra” ou “conversar” são os significados principais da palavra “debar”.
Menos freqüente, mas com freqüência considerável, “debar” é traduzida como “ato” (52 vezes), “substância” (63 vezes), e “coisa” (215 vezes). Portanto, podemos seguramente afirmar que no Deuteronômio 24:1, “debar” pode ser traduzida como “ato”, “substância”, “coisa” ou “palavra”.
A palavra hebraica traduzida como “inconvenientes” nesta mesma frase é “ervah”, encontrada 54 vezes na Bíblia. Em mais de 50 casos ela é traduzida como “nudez”. Quando examinamos os lugares onde ela é traduzida como “nudez”, observamos que normalmente está relacionada a total impureza sexual. Por exemplo, em Levítico 18 e Levítico 20, onde Deus cria leis proibindo incesto, Deus emprega a palavra “nudez” (“ervah”) no mínimo 30 vezes.
Portanto, a palavra “ervah” possui o significado de “fornicação”. Em Levítico 18:8 Deus alerta, “Não tenha relações com a concubina de seu pai, pois ela pertence ao seu pai”. Um comentário sobre este aviso é encontrado em I Coríntios 5:1: “Geralmente se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, qual nem ainda entre os gentios, como é haver quem abuse da mulher de seu pai.”
No versículo, Deus usa a palavra “fornicação” com em conexão com impureza sexual entre um homem e a esposa de seu pai. Em Levítico 18:8, Deus fala deste tipo de impureza sexual como “descobrir a nudez”. Portanto, podemos ver que “nudez” ou “impureza” são sinônimos de “fornicação”.

Juntando estas informações, observamos que no Deuteronômio 24:1 Deus está ensinando que se um homem encontra uma “palavra” ou “substância” de fornicação em sua esposa, ele pode se divorciar dela. Certos atos de fornicação eram puníveis com a morte, mas se o ato ou palavra em particular não exigissem a morte da esposa fornicadora, o marido tinha o direito de se divorciar dela.
Outra possibilidade de interpretação para “ervah” era que ela abriu a porta para o marido israelita se divorciar de sua esposa sob quase qualquer circunstância.

Divórcio por qualquer causa

No Deuteronômio 23:12-14 Deus usa a mesma frase “ervah debar”, que a frase chave do Deuteronômio 24:1. “Ervah debar” não se refere a fornicação; contudo, se refere a impureza cerimonial. Deuteronômio 23:12-14:
“Também terás um lugar fora do arraial, e ali sairás fora. E entre as tuas armas terás uma pá; e será que, quando estiveres assentado fora, então com ela cavarás, e, virando-te cobrirás aquilo que saiu de ti; porquanto o Senhor teu Deus anda no meio do teu arraial, para te livrar, e entregar os teus inimigos diante de ti; pelo que o teu arraial será santo, para eu ele não veja coisa feia em ti, e se torne atrás de ti.”
A palavra “inconveniente” no fim deste trecho é “ervah debar”. O que é a inconveniência? Neste contexto, era nada mais que a descarga do corpo de uma pessoa quando ele ou ela atendia ou chamado da natureza. Quando a pessoa sentia vontade, ela deveria sair do acampamento, cavar um buraco para receber a descarga do seu corpo e depois cobri-la para que então a superfície do chão ficasse limpa.
Atualmente, qualquer descarga do corpo faz a pessoa impura. De acordo com as leis cerimoniais do Levítico 15, qualquer coisa, qualquer tipo de descarga do corpo, torna a pessoa impura. Uma mulher menstruando era impura. Uma pessoa que estivesse com diarréia e sujasse suas roupas era impura.
Portanto, “ervah debar” em Deuteronômio 23:14 deu aos homens de Israel posição tremendamente vantajosa em seus casamentos. Tudo o que eles precisavam fazer era sujar as roupas de suas esposas com um pouco de sangue da menstruação, ou outra descarga que tenha tocado-a ou tocado suas roupas, e estava pronto o pretexto para o divórcio. Na intimidade do casamento as oportunidades para ver “alguma impureza” na esposa eram numerosas.
Com isso, os homens poderiam divorciar-se com facilidade. A esposa não tinha qualquer segurança. Mesmo se ela não fosse culpada por fornicação, o marido poderia encontrar inúmeras razões “Bíblicas” para se divorciar dela quando quisesse.

Jesus estabelece as leis com exatidão

Jesus falou de seu entendimento do Deuteronômio 24:1-4. Jesus clareou a lei mostrando que estes versículos do Deuteronômio 24 apenas permitiam fornicação como uma base para o divórcio. Mateus 5:31-32:
“Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de desquite. Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.”
O versículo 31 remete ao Deuteronômio 24:1-4, a única passagem do Velho Testamento que relata de um modo claro o entendimento de Jesus em Mateus 5:31.
Jesus diz que a Israel antiga estendeu a aplicação da causa para o divórcio muito além do que era intendido pelo Deuteronômio 24:1, onde a causa deveria ser especificamente uma palavra ou ato de fornicação. Mateus 5:31 diz que tudo o que era necessário para o divórcio era uma carta de divórcio. Jesus, portanto, reafirma o Deuteronômio 24:1-4 no versículo 32.
Jesus faz três coisas com esta reafirmação. Primeiro, Ele ressalta o total menosprezo dos judeus para com a santidade do casamento e mostra que a causa do divórcio deveria ser apenas o adultério.
Segundo, Ele revela a quão pecaminoso é o divórcio em que a esposa é levada a cometê-lo mesmo se, por sua própria vontade, seja inocente do adultério.
Terceiro, ele reafirma o Deuteronômio 24:2-4 ao mostrar que a esposa que se divorciou não deveria mais casar.

Deuteronômio 24 permite divórcio apenas por fornicação

A primeira frase que devemos entender em Mateus 5:32 é, “a não ser por causa de fornicação” que se relaciona intimamente com o Deuteronômio 24:1.
A expressão “a não ser por” vem da palavra grega “parektos” que é usada em apenas dois outros lugares da Bíblia. É traduzida como “exceto” em Atos 26:29: “Paulo respondeu: “Ainda um pouco, ou ainda muito, tomara que Deus fizesse não somente o senhor, mas todos os que me escutam hoje, tornar-se como eu, mas sem estas correntes!”. Neste versículo, “parektos” tem o significado de “sem”, ou “sem estas correntes”. A palavra “parektos” é traduzida como “para não” ou “sem”, em 2 Coríntios 11:28: “Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas.”: “E isso para não contar o resto: a minha preocupação cotidiana, a atenção que tenho por todas as Igrejas.” Aqui o significado Bíblico de “parektos” é “sem”.
Voltando a Mateus 5:32, descobrimos que a frase “por causa de” é da
palavra grega “logos” que é traduzida mais de 200 vezes na Bíblia como “palavra”. Ela também é traduzida algumas poucas vezes como “substância” ou “coisa”. Portanto, “logos” pode significar também “palavra”, “substância” ou “coisa”, e é o equivalente grego para o palavra hebraica “debar” usada no Deuteronômio 24:1.
A palavra “fornicação” usada em Mateus 5:32 é a palavra grega “porneias” que é sempre traduzida como “fornicação”.
Por isso, a frase “a não ser por causa de fornicação” pode ser traduzida com exatidão como “sem uma palavra ou ato de fornicação”. Isto é surpreendentemente próximo da tradução literal de “ervah debar” do Deuteronômio 24:1. Lembre-se a tradução usual para “debar” era “palavra” ou “conversa” ou “substância”, e a tradução usual para “ervah” era “nudez”, no contexto de fornicação.
Podemos ver aqui a evidência de que Jesus estava se baseando no Deuteronômio 24:1 pela linguagem específica que ele usou em Mateus 5:32. Ele estava ensinando que a “inconveniência” do Deuteronômio 24:1 não deveria ser entendida como uma inconveniência cerimonial como o sangue da menstruação ou diarréia. De fato, a “inconveniência” deveria mostrar que a única razão para um homem se divorciar de sua mulher era a fornicação.

O divórcio faz com que uma esposa inocente torne-se adúltera

Cristo introduz um princípio adicional na próxima frase do versículo 32, onde diz: “faz com que ela se torne adúltera”. Como devemos entender isto?
Comecemos lendo o versículo 32 sem a frase “a não ser por causa de fornicação”. Agora lê-se isso como “todo aquele que se divorcia de sua mulher faz com que ela se torne adúltera”. Nestas frases Jesus introduz um conceito muito sério. Enquanto é completamente errado que um divórcio ocorra, se ele ocorrer, ele faz com que uma esposa cometa o adultério. Isto então significa que a esposa divorciada torna-se propensa a cometer o adultério pois, se ela se casar com mais alguém, este casamento será adúltero como Romanos 7:2-3 ensina?
Não. Não há evidência de que Jesus está ensinando isto. Ele simplesmente diz que se um homem se divorcia de sua mulher, independente de quão santa e pura ela possa ser, ela é forçada pelo próprio divórcio a cometer adultério. O ato do divórcio faz com que seu casamento se torne adúltero e deste modo ela foi levada a cometer adultério. Jesus ressalta quão terrível é o pecado do divórcio. Não apenas faz com que o marido que quer o divórcio peque, como também faz com que sua esposa peque, mesmo quando ela não quer o divórcio.
Isto torna compreensível quando nos lembramos que os que se casam tornam-se uma só carne através de Deus, uma união divina que nenhum homem
pode separar. Portanto, se um homem separa o que Deus uniu, esta união torna-se corrompida.
Contudo, se a mulher cometeu fornicação antes do divórcio, então ela terá cometido adultério. De acordo com Deuteronômio 24:1, o homem tem o direito de se divorciar de sua esposa num caso como esse. Desde que ela se torne adúltera antes de se divorciar, o ato do marido de se divorciar dela não é a causa de seu estado de adúltera.
Jesus não chama atenção para o Deuteronômio 24:1 para indicar que esta lei deve continuar a vigorar através dos tempos. Ele está simplesmente mostrando que enquanto o Deuteronômio 24:1 vigorava, um homem deveria descobrir a fornicação em que sua esposa estivesse atualmente para poder se divorciar dela e separar-se dela por qualquer outra razão menor seria uma violação desta lei.
Desde que esta lei foi repelida (como vemos quando estudamos Marcos 10 e Mateus 19), Jesus definitivamente não está ensinando que fornicação é uma causa para o divórcio. Portanto, este versículo não está lidando com a questão de que há ou não uma razão para o divórcio. De fato, Jesus está enfatizando a seriedade do pecado do divórcio.

A mulher divorciada fica desonrada ao casar-se novamente

O terceiro ponto de que Jesus fala envolve a reafirmação e esclarecimento do Deuteronômio 24:2-4. Na Bíblia, o uso da palavra “pode” na frase “ela pode ir”, aparentemente diz que a esposa fornicadora que se divorciou é livre para se casar novamente. Contudo, nos originais em hebraico a palavra “pode” não está incluída. Logo, a Bíblia não está ensinando que ela pode ir e se tornar esposa de outro homem. Isto pode ser visto pela linguagem encontrada no versículo 4, onde Deus indica que ela ficará desonrada se casar-se de novo. Efetivamente, Deus está ensinando que se a esposa divorciada casa-se com outro homem, ela ficará desonrada e portanto não poderá voltar para seu primeiro marido.
Este princípio é reiterado e expandido na última frase de Mateus 5:32 onde Jesus declara que “quem se casa com mulher divorciada, comete adultério”. Porque como a esposa divorciada que se casa novamente, torna-se desonrada como resultado deste casamento, o homem que se casa com ela envolve-se também num de um casamento adúltero. Jesus enfatiza o fato de que tal homem de fato cometeu adultério.

O Deuteronômio 24:1 permite que apenas metade de Israel se divorcie

A lei que permite que um homem se divorcie de sua esposa por fornicação é aplicável a apenas metade de Israel. Deuteronômio 24:1 apenas permitiu
que o marido se divorciasse de sua esposa. Isto porque, em sua natureza cerimonial, a lei apontava para o divórcio da nação de Israel. Nenhuma cláusula possibilita que a esposa se divorcie do marido porque nenhum aspecto do plano divino de salvação ou do trato de Deus com a nação de Israel inclui a possibilidade da nação de Israel se divorciar de Deus. Portanto, uma esposa nunca poderia se divorciar de um marido fornicador. Seu relacionamento com seu marido estava sob a lei universal que foi passada no início da criação e que diz que ela não pode se divorciar por nenhuma razão.
Logo, no caso da lei de Deus (o marido) tornar-se espiritualmente casado com o indivíduo (a esposa), não haveria nenhum momento em que o divórcio por fornicação ou qualquer outra razão seria permitido. Em adição a isto, na nação de Israel, a esposa nunca poderia se divorciar de seu marido por fornicação. Apenas o marido poderia se divorciar de sua esposa por fornicação porque isto era parte da lei cerimonial que apontava para o divórcio futuro de Deus com a nação de Israel.

Sumariando, vemos que o Deuteronômio 24:1-4 ensinava os seguintes princípios:
1- ab-o marido poderia se divorciar de sua esposa apenas se ela fosse fornicadora;
2- ab-a esposa, que era fornicadora e consequentemente divorciada, tornar-se-ia desonrada ao se casar novamente. Logo, ela deveria permanecer solteira;
3- ab-a esposa não poderia se divorciar de seu marido de modo algum.
Em Mateus 5:32 Jesus reiterou os princípios básicos do Deuteronômio 24:1-4 e expandiu-os para ensinar o seguinte:
1- ab-o marido que se divorcia de sua esposa por qualquer outra razão que não a fornicação, faz com que ela se torne adúltera;
2- ab-qualquer homem que se casa com uma mulher divorciada comete adultério.
O que a Bíblia ensina a respeito da continuidade da lei do Deuteronômio 24:1-4? O significado terreno destes versículos terminou quando Jesus foi para a cruz. A cortina do templo foi rasgada, o que assinalava a finalidade do divórcio de Deus com Israel. Por isso estar escrito na lei do Velho Testamento de modo a possibilitar que Deus se divorciasse devido à fornicação espiritual de Israel, temos razão para suspeitar que esta (como outras leis cerimoniais) cessou de possuir aplicações terrenas depois da crucifixão.
A Bíblia mostra que esta lei foi rescindida por nosso Senhor Jesus Cristo. Os fariseus foram a Jesus com uma questão relativa a divórcio e lemos em Marcos 10:2 : “alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Queriam tentá-lo e lhe perguntaram se a lei permitia um homem se divorciar da sua mulher.”
A pergunta deles está relacionada com o Deuteronômio 24:1-4, pois esta é a única passagem do Velho Testamento que fala da possibilidade de um homem se divorciar de sua esposa. Isto pode ser visto na resposta de Jesus


em Marcos 10:3-4: “Jesus perguntou: “O que é que Moisés mandou vocês fazerem?” Os fariseus responderam: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e depois mandar a mulher embora.” Deuteronômio 24:1-4 é claramente a passagem a que Jesus está se referindo enquanto continua a ensinar.
No versículo 5 Jesus explica porque esta lei foi inserida no Velho Testamento: “Foi por causa da dureza do coração de vocês que Moisés escreveu este mandamento.” Devido à dureza do coração da antiga Israel que a lei possibilitava o divórcio por fornicação. Deus queria aliviar os maridos fazendo uma lei que permitia que eles se divorciassem se suas esposas estivessem envolvidas em fornicação? Ou Ele fez a lei porque os maridos eram tão irredutíveis com suas esposas fornicadoras, pela dureza de seus corações, que puderam se divorciar? Estas possibilidades não fazem sentido. Deus criou leis com o intuito de nos ajudar a viver mais próximos dele, e não para que vivamos pecaminosamente.
Apenas quando entendemos a verdade sobre o motivo pelo qual Deus colocou esta lei nas leis cerimoniais da Bíblia, é que podemos entender este versículo. A frase “dureza do coração” está relacionada àquele que é rebelde, e rebeldia contra Deus é fornicação espiritual. Deus criou esta lei para que, como marido de Israel, ele pudesse se divorciar de Sua esposa fornicadora. Em virtude da dureza de coração, ou da fornicação espiritual de Israel, a lei foi feita. Portanto, a partir do momento que Deus Se divorcia de Israel, esta lei não tem mais propósito.
Vemos então, em Marcos 10:6-9, que Jesus direta e claramente anula a lei do Velho Testamento:
“Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, e serão os dois uma só carne: e assim já não serão dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem.”
Jesus mostra que Deus nunca teve intenção de permitir o divórcio. É verdade que temporariamente Deus abriu uma estreita janela que permitia a um homem divorciar-se de sua esposa fornicadora, mas isto ocorreu apenas para que Deus pudesse Se divorciar da fornicadora nação de Israel.
Jesus diz em Marcos 10:11-12:
“E ele lhes disse: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera.”
O Deuteronômio 24:1-4 permite que o marido se divorcie de sua esposa fornicadora. A esposa não tinha absolutamente nenhum direito de se divorciar de seu marido fornicador. Jesus anulou o direito do marido de se divorciar da esposa fornicadora, e enfatizou a impossibilidade do divórcio Bíblico partir de ambos os lados, o marido divorciando da mulher e vice-versa.


Em Marcos 10:11-12 Deus ressalta outro princípio vital: um homem ou mulher divorciada não podem se casar novamente. De acordo com o versículo 11, se um homem se casa de novo, ele comete adultério contra sua primeira esposa. Por que isso ocorre?
Aprendemos em Romanos 7:1-4 que a esposa é amarrada ao marido durante o tempo em que eles viverem. Sendo assim, mesmo que um divórcio tenha acabado com o casamento, do ponto de vista de Deus, marido e mulher ainda estão presos um ao outro. Logo, se o homem toma outra mulher como esposa enquanto sua primeira esposa ainda estiver viva, ele está cometendo adultério. Ele está traindo a união vitalícia entre ele e sua mulher, que foi selada por Deus.
Da mesma forma, o versículo 12 enfatiza que a esposa não deve se casar depois do divórcio. Mesmo se estiver legalmente divorciada, na visão de Deus ela ainda está presa ao seu primeiro marido. Portanto, ela comete adultério se casa-se novamente enquanto seu primeiro marido ainda é vivo. Este princípio de relacionamento é repetido em 1 Coríntios 7:39:
“A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido, fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor.”
Em 1 Coríntios 7:10 somos instruídos que, “a esposa não se separe do marido.” Em 1 Coríntios 7:11 Deus diz: “e o marido não se divorcie de sua esposa.” Todos os ensinamentos da Bíblia são consistentes e estão em concordância.
Em Lucas 16:17 Jesus faz referência à eterna natureza da lei de Deus: “É mais fácil desaparecer o céu e a terra do que cair da Lei uma só vírgula.” Tendo indicado a perpétua natureza da lei de Deus, Jesus imediatamente relaciona a questão de um homem se divorciar de sua esposa. Ele exorta em Lucas 16:18:
“Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido adultera também.”
Nesta afirmação encontramos a mesma verdade que aprendemos em Marcos 10:2-12, Romanos 7:1-4, e 1 Coríntios 7. Não há por que se divorciar! Sem exceções!

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